quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Meu Ídolo



Eu me vi sentada no colo do meu pai; mas eu era diferente ou igual; só que perdida. Era apenas uma criança com toda inocência doce, que um dia é corrompido. Ela estava deliciando-se de brincadeiras bobas... E o pai a fitava com olhar de admiração, como se nunca tivesse vivido uma cena dessas; eu era o amor dele, a menininha de tranças, outrora escutada em uma canção; a vontade dele era que pra sempre ela estivesse naquela fase, e que pra sempre pudesse ser seu protetor; sentia o pesar do tempo em suas próprias faces preocupadas, o tempo pra ele era um leão que engolia com toda voracidade, sem piedade, tudo que ele queria afugentar, a idéia de que o tempo passaria, e com o passar do tempo, as pessoas; e com as pessoas as fases e com as fases, ela, a menina dele! Que cresceu e segue, não com ele, aliás, um dos motivos para o seu bucolismo... A vida é bela apesar das intempéries; creio que a base dela é sólida em todos os sentidos; teve uma infância afogada de amor, e o principal era a época em que o super-herói andava por ela, época em que as pegadas eram poupadas, se via apenas um par fortemente no solo por carregar sua doce criança... Mas ela teve que seguir, com muita dor porque a mente apavora aquilo que ainda não é velho, é como ser arrancada do ventre da sua mãe sair do quente do liquido amniótico para o frio do espaço, espaço composto por uma lei chamada gravidade, sua memória fresca lembra carinhosamente dos nomes dados a ela Mirinha, meninozinho, leãozinho etc. Hoje só relembram o que passou e cultivam a imensa saudade dos tempos da meiga infância dos momentos Pais e Filhos
By: Arama Leão