sexta-feira, 2 de maio de 2014

Aqui jaz a lucidez

Todos os dias você me visita,mas sabe,é uma visita tão fantasmagórica que penso que é fruto da minha imaginação. Tudo porque o vazio preenche a sua presença. Você está mas não é,eu queria,mas você não quer. Eu sei,já deveria ter passado,mas eu não tenho coragem de mandar ir embora. Eu gosto de gostar de você. Eu sei que um dia eu vou,eu encontrarei um cabelo enroladinho e um olhar castanho fitador,eu vou gostar,eu sei. Mas eu trocaria tudo por o seu olhar,o seu cabelo. Eu sinto que estou doente por causa disso,mas acho que não tenho coragem de me curar. Minha velhice vai ser o meu futuro vivendo no meu passado,porque não posso ser egoísta com o meu futuro,não posso sovinar o amor que eu sempre carreguei no meu presente .

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ainda que eu soubesse pra onde todos aqueles cupins vão depois de uma boa chuvada,eu não consegueria alcança-los! Às vezes precisamos de asas,mas como fodidos mortais,temos pernas. .-. Mas ainda sim,mesmo com as lutas diárias e os monstros exteriores e interiores a serem lutados,eu agradeço sim,agradeço por viver,e respirar o ar poluído que restou.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

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Sonhei que lá embaixo da minha cama,era uma caverna.De repente virei formiga. Era tudo muito grande,e eu podia facilmente ser pisada. Mas como existiam magos,transformaram-me em mosca! Então pude zumbir nos ouvidos sensíveis a verdade.E sim,eu era muito odiada! Mas não sei quem,não queria que eu morresse,transformaram-me em um leão,e eu não era nada afável!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Dajavú part II

Não é o medo da morte! É a saudade da vida.

Par ou ímpar?

Dezembro era doce como o bolo de laranja da minha avó. Mas desta vez,era meio-amargo como o pó do cacau. As flores apenas desabroxavam,mas não exalavam. Todo mundo era técnico,o serviço todo não era feito. O que aconteceu com esse doce dezembro? O café tava no bule brigado com o açúcar. O fogo tava magoado com a lenha,por isso,estava frio. Eu estava sozinha,por isso estava triste. Faltava o Q ou o H. As borboletas estavam morrendo por que não sabiam identificar o néctar sem o odor das flores. O endereço zangou-se com a casa,e todos se perderam! A noite expulsou o dia,e fez-se negro. Na entrada de uma fazenda havia uma placa que dizia:PROCURASSE A FELICIDADE. Recompensa: TODO AMOR QUE HOUVER NESSA VIDA. Todos começaram a procura-la.Encontraram-na quase morta,o sofrimento estava sugando sua força. O amor pegou-a nos braços e viajaram a procura de um coração vazio. Acharam. Mas de vez em quando,precisa-se de manutenção. Por que o amor e a felicidade são fujões.

Sombras assombram

Vinha de uma longa caminhada,e tinha apenas a companhia dos carvalhos,dos paus-Brasil e dos assombrosos pés de acácia. Fazia-se uma sombra doída,me remetia as velhas lembranças de um amor não vivido,mas habitante firme do meu coração.Carregava no peito um pesar que me incomodava a alma,assustava minhas entranhas. Sentia o chegar do tempo,da vida que levava e dos remorsos acumulados em 20 anos de vida. Cheguei,adentrei uma cidadezinha pacata,a noroeste do Maranhão,fazia-se muito calor,me agoniava o sentido das coisas e a razão delas.Entrei num bonito lugar,bastante iluminado pela lua,mas o lindo lustre suspenso chamava minha atenção,deveria de ser barroco.Caminhei mais a frente,e vi uma construção medieval! Era uma catedral. Lembrei de risos e templos claros,senti alguém passar correndo,algo branco e de alma bonita.Era o meu amor! Eu estava sonhando

sábado, 8 de junho de 2013

Novidade? Não não,Velhicidade

O dia passa,e eu ainda não quero que amanheça.Porque eu me apeguei a ele.As lembranças estão vivas,não dá pra matar. As lembranças de amanha ainda nem fecundaram,to querendo dar um jeito de abortar. Todo dia é um novo rosto,uma nova história,uma nova estória.Um novo apego. Talvez seja esse o meu problema "O Novo" Eu gosto do velho,eu sempre lembro do velho.Do velho dia,do velho rosto,da velha história,da velha estória. O velho,é o futuro do novo,o novo é o passado do velho.Com o novo se vive,com o velho se morre. E eu sou,estou morta.Sou uma alma velha num corpo novo,sou o futuro da foto no porta-retrato.